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domingo, 30 de maio de 2010

E eu até poderia...



...Escrever sobre sentimentos,se houvessem restado alguns;
Eu até poderia falar sobre amor,se o meu não fosse platônico...
Poderia cantar sobre a beleza da cumplícidade,se eu tivesse algum cumplice.


E eu aqui,percebendo quão irreal foi.
Sinto-me padecer no meu simples e vago existir,não significa nada,não importa mais...Qual a graça?


Aqueles sons combinados que invadem minha cabeça...Um dia foram música;
Os sorrisos que estampam fotos antigas...Um dia foram sinceros...
A alegria que ja me pertenceu...Foi irreal.

Posso usar máscaras,ou posso apenas me esconder;
Dizem que sou um ilusionista,sou um eterno jogador,alguem da maldade.


E por ai,com minha calça surrada,um sorriso fraco,apenas para encorajar sua insana curiosidade de se aproximar de mim,mas quando você perceber,será tarde demais,sua alma ja será minha...E eu a arrastarei até onde eu quiser,até poder te libertar da doce ilusão.


Olhe dentro de meus olhos,veja como meu sorriso é um convite informal para a diversão...Por apenas uma noite eu posso te fazer feliz,satisfazer-lhe de todos os desejos.

Sou apenas o encaixe imperfeito,que teima a se encaixar,posso não completar o quebra-cabeças,mas você não consegue acreditar.
Eu faço tudo tão certo,oh sim,eu consigo te enganar...E quando você percebe,é tarde demais para se afastar,porque eu ja o fiz,e você não compreendeu,não pode entender o que se passa em mim,o que é meu ser,o que sou,o que fui,o que vou ser...Quem serei na noite de amanhã?


Se dizem que esculpiram meu coração em pedra,que seja em mármore,assim será tão frio quanto eu o sinto;
E não é o pulsar de sangue que irá me despertar,não é o fluir desse elixir da vida,que irá me fazer querer viver,porque eu não tenho o que viver.

Sou irreal em meu existir,e meu eu,não existe mais;
Não me reflito,não existo.


E hoje a vida é assim;
De um jeito que parece não ter fim...
Onde os dias passam devagar, e a noite parece não acabar,mas é tudo questão de tempo,até eu despertar.



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